Pesquisa realizada no Distrito Federal mostra
o empenho dos professores de história em criar um ambiente pedagógico
favorável à criatividade. Os professores ouvidos reconhecem a
necessidade de criar condições para o desenvolvimento do potencial
criativo do aluno e buscam alternativas didáticas inovadoras que possam
tornar o ambiente pedagógico mais atraente.
As conclusões são da
própria autora da pesquisa, Maria de Fátima Magalhães Mariani, que
entrevistou 16 professores de história de 5ª a 8ª série (6º a 9º ano) de
cinco escolas públicas e cinco particulares de Brasília, com dois anos
de experiência, pelo menos. O trabalho fez parte de sua dissertação de
mestrado em psicologia, intitulada Criatividade no trabalho docente segundo professores de história: limites e possibilidades, apresentada em 2001, na Universidade Católica de Brasília.
Professora
de história, já aposentada, com atuação no ensino fundamental e médio
da rede pública do Distrito Federal e nas áreas de alfabetização e
educação de adultos, atualmente Fátima Mariani é aluna de graduação em
psicologia. Na época em que fez a pesquisa, ela trabalhava como
coordenadora pedagógica em uma escola pública de Brasília e observou que
suas limitações no trabalho docente eram semelhantes às dos colegas. “O
que mais me angustiava era não conseguir que todos os meus alunos se
interessassem pelas aulas de história. Nem mesmo com os recursos
audiovisuais conseguia a atenção de todos”, conta Fátima Mariani.
Segundo
ela, as notas em média eram boas, mas tinha muita dificuldade em
conseguir que os alunos fizessem silêncio a fim de explicar o conteúdo.
“No fim do turno estava rouca, estafada e desmotivada.” Ao relacionar
aspectos do trabalho pedagógico com criatividade surgiu a questão: "como
tornar as minhas aulas mais atrativas para mim e para meus alunos?" Foi
aí que pensou que seria interessante conhecer a percepção dos
professores de história sobre criatividade, quais as barreiras e as
possibilidades encontradas no trabalho docente.
Fátima Mariani diz
que a pesquisa selecionou duas categorias de facilitadores e de
limitações relacionadas com a organização do trabalho pedagógico e com
aspectos pessoais de cada participante. Com relação à organização do
trabalho pedagógico, ela salienta que o aluno foi indicado como
facilitador e limitador da expressão criativa do professor. “Este dado é
bastante relevante e deve ser pesquisado, trazendo de novo a questão do
relacionamento professor-aluno”, destaca.
Os facilitadores mais
enfatizados pelos professores foram liberdade e paixão pelo trabalho.
Entre os limitadores, os mais destacados foram a falta de habilidade na
relação com o aluno, o medo de desafios, falta de tempo, sobrecarga de
trabalho e exigências administrativas.
“Descobri que não há muita
diferença entre os docentes dos dois tipos de escola quanto aos
problemas pedagógicos, diz Fátima Mariani. De maneira geral acredita, as
semelhanças são relativas a problemas na relação professor-aluno e
queixas dos professores com relação às instituições, tais como rigidez,
estruturas fechadas à inovação e pouca abertura à participação da
comunidade escolar nas decisões da escola.
(Fátima Schenini)
Matéria publicada no Portal do Professor do MEC
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